Revolution, The Beatles
quinta-feira, fevereiro 19, 2009
atirar os dados...
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Séries: I-pod
segunda-feira, fevereiro 16, 2009
'a eternidade e um dia' (4)
Alexander está sentado numa poltrona. É acordado pela empregada, Urania, que lhe diz ‘Hoje é o último dia. Permita-me que o leve ao hospital.’ Alexander recusa e agradece-lhe a dedicação dos últimos três anos. Vai à varanda e observa a envolvente por alguns minutos. Coloca a trela no cão e sai de casa em direcção ao porto de Salónica. Enquanto passeia relembra o passado, o casamento feliz com a Anna já falecida. O dia é cinzento, a atmosfera carregada. Volta a casa, pega no carro e dirige-se ao centro da cidade. Ao parar num semáforo, um rapazinho de blusão amarelo aproxima-se com um limpa pára-brisas na mão à espera de uns trocados. O semáforo abre e de repente uma patrulha policial entra em perseguição do grupo de miúdos, prováveis refugiados Albaneses à procura de pão nas ruas da cidade. Alexander abre a porta do passageiro e grita ao rapazito de amarelo para que entre, livrando-o de ser apanhado pela polícia. Mais à frente, Alexander pára o carro e o rapaz despede-se com um sorriso generoso, grato por tê-lo afastado da confusão.
Dirige-se a casa da filha e pede-lhe que fique com o cão dizendo-lhe que vai de viagem durante algumas semanas. Despede-se levando o cão pela trela sem discutir, após a filha lhe ter negado o pedido e notificado que tinha vendido a casa de férias a uma construtora que iniciaria obras de demolição naquela tarde para a construção de um condomínio. Grande parte das memórias de Alexander, analepses que acontecem periodicamente ao longo do filme, sempre claras e plenas de luz em contraste com a lugubridade do dia da acção, estão intimamente ligadas a essa casa. As recordações de Anna, a infância da filha, a sua mãe, surgem quase sempre no mesmo cenário, como se aquela casa e todos os seus cantos fossem o suporte físico das emoções do escritor.
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Séries: a eternidade e um dia, Arquitectura, cinema, filosofia
alone in kyoto
Alone in Kyoto, Air
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Séries: I-pod
sexta-feira, fevereiro 13, 2009
'a eternidade e um dia' (3)
A Eternidade e um dia, Theo Angelopoulos
(continua)
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Séries: a eternidade e um dia, Arquitectura, cinema, filosofia
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
'a eternidade e um dia' (2)
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Séries: a eternidade e um dia, Arquitectura, cinema, filosofia
quarta-feira, fevereiro 04, 2009
'a eternidade e um dia' (1)
Remetendo esta catadupa cinética para o nosso quotidiano constata-se exactamente o mesmo. Os acontecimentos, as acções, os diálogos, nascem e morrem ao ritmo dos segundos. No entanto, há um processo humano, e intrinsecamente humano, que parece contrariar todo o sentido natural das coisas – a construção das emoções e a forma como elas se vão sedimentando na memória. Há obrigatoriamente um processo de transitoriedade no construir emocional e na forma como ele é apreendido e recuperado por cada indivíduo. O que se viveu no passado não tem no presente o mesmo significado, nem o mesmo peso emotivo de outrora. A reciclagem acontece, mas parece haver um processo que, em certas alturas, bloqueia a engrenagem da máquina natural.
A história da arquitectura poderá ser um argumento interessante para explicar onde pretendo chegar. Parte-se do princípio que a Arquitectura (do grego arché - αρχή - significando "primeiro" ou "principal" e tékton - τέχνη - significando "construção") é a arte, ou a técnica, da criação do espaço organizado.
Introduzindo o conceito de que arquitectura é a organização do espaço com uma intenção específica para além da de protecção ou abrigo, qual será então a primeira obra arquitectónica?
(continua)
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Séries: a eternidade e um dia, Arquitectura, cinema, filosofia
terça-feira, fevereiro 03, 2009
Pygmalion
Ultimamente tenho escutado vezes sem conta uma das músicas do álbum Mythologies que a Patricia Barber apresentou nesse concerto. Chama-se Pygmalion. Na altura, juntamente com ‘If I Were Blue’, foi uma das canções que mais me tocou. Entrou-me no ouvido de um modo sensitivo, como qualquer coisa que nos toca a pele muito levemente. A melodia parecia-me tão íntima e limpa que os pormenores da composição e sobretudo o poema passaram completamente despercebidos. Hoje, quando a escuto, sinto no peso de cada palavra e de cada verso a profecia que na altura não soube compreender. O amor cega… no meu caso ensurdece.
Pygmalion, Patricia Barber
Publicada por Vítor Leal Barros
Séries: I-pod, le cume des jours