quarta-feira, dezembro 22, 2010

Feliz Natal Tropical :)


Queridos amigos,
Desejo a todos um Natal abençoado.

P.S: Meu Vítor, meu eterno presente. Obrigada por mais um ano juntos.

segunda-feira, dezembro 13, 2010

As pupilas de Mona Lisa

Antes era o sorriso, agora, descobriu-se que dentro das pupilas de Mona Lisa está o segredo que revela a modelo que posou para Da Vinci. Bem, essa é a mais recente descoberta do investigador (in-ves-ti-ga-dor?) italiano, Silvano Vinceti.

Isso é ótima matéria para livro de ficção, o novo filme baseado na mente engenhosa do Dan Brown, uma aventura de jogos interativos, quem sabe...

Por que a Mona Lisa não pode simplesmente ser Mona Lisa? Acho que isto responde tão melhor aos anseios do pintor da tela.

Claro que toda obra de arte propõe uma leitura hegemônica que a situe no tempo e no espaço, além de comunicar sua gênese e seu “dever ser” no mundo mas, e as outras leituras, que são a grande delícia de um artista? Aquelas leituras subliminares, oníricas, típicas da fruição, do deleite artístico?

O discurso da pós-modernidade necessita de uma explicação para tudo, porque tudo tem que obedecer a uma lógica racional. Os parnasianos estão de volta e ninguém se deu conta. O fragmentário pós-moderno não respeita a ideia da pluralidade e da diversidade de vozes, naquilo que tem de mais belo e forte e, que Bakhtin chamou de polifonia.

Relativizar demais nos leva a descaminhos, uma vez que tudo pode ser nada e nada pode ser tudo. Eu, aqui no meu cantinho, penso que a Arte demanda outro tipo de racionalidade. Mais importante do que saber quais as letras ocultas nas pupilas da Mona Lisa é saber o que as pupilas da Mona Lisa comunicam.

Diz o “investigador”:


Leonardo gostava de utilizar símbolos e códigos para transmitir mensagens, e queria que descobríssemos a identidade da modelo através de seus olhos".


Será que ele realmente queria isso? Se Da Vinci quisesse que descobríssemos algo, ele teria deixado tudo muito claro – uma cartografia da imagem, talvez.

Da Vinci usou sua arte para instigar nossa imaginação, nossa capacidade de imergir nos terrenos movediços da criação, nossa curiosidade. Mas nossa sociedade tipicamente Big Brother exacerbou o significado de curiosidade.

Quem faz uso de códigos, palimpsestos, anagramas, palíndromos e toda sorte de leitura transversal me parece ser afeito aos mistérios, aos meandros do submerso.

Todo código quer comunicar algo que não pode ser dito claramente, ele demanda iniciação... talvez o código queira só ser código.