VI
que segredos esconde
o pássaro da manhã
sobre aquela janela?
segunda-feira, agosto 11, 2008
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Vítor Leal Barros
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Séries: sonho
quarta-feira, agosto 06, 2008
V
uma vida igual
à mulher da somália
tal como canta a música
um deserto de carne
os pés em ferida
e de novo o viajante
o eterno viajante
que apaga o rasto de sangue
do ventre das dunas
como quem esconde o destino
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Vítor Leal Barros
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Séries: sonho
sexta-feira, agosto 01, 2008
IV
o rádio toca
e a estrada em fuga
reflecte o que já sabemos:
no vapor do alcatrão
entre o negro do solo
e o azul do céu
há mortos que vivem
e vivos que se esforçam
por morrer
e nada disso importa
porque a eternidade
nasce no segundo cruel
onde a ínfima partícula da alma
se faz verdade
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Vítor Leal Barros
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Séries: sonho
quinta-feira, julho 31, 2008
III
tudo parece uma rota indefinida
não existem mapas
e as estrelas
não funcionam como dantes
um viajante
que vive a modos
do entardecer
na certeza de que o sol
morre todos os dias
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Vítor Leal Barros
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Séries: sonho
II
não há fantasia
nas horas que separam
o vivo do morto
apenas gumes
facas e bifaces afiados
dentes de tubarão
e um abdómen rompido
onde nem a dor transborda
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Vítor Leal Barros
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Séries: sonho
segunda-feira, julho 28, 2008
I
entra pela mesma porta
pousa a cabeça na soleira de granito
e espera que o sonho chegue
há um degrau sobre o corpo
e um farol no horizonte
nas mãos crescem-lhe estátuas
de homens que nunca viu
músculos assimétricos
cabelos violentos
há um anjo vermelho
que tece uma manta de celofane
e há um outro
que embrulha um coração
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Vítor Leal Barros
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Séries: sonho