terça-feira, maio 29, 2007

Homem-Aranha

"Também conheço um homem com nome de anjo que, amiúde, morre por amar. Cada vez que ama morre. É como a aranha macho que, quase sempre, morre depois do coito. Fecunda a fêmea tecelã. Esta, depois de o prender na sua teia, devora-o. O homem-aranha, o tal que conheço, ama com abnegação. É a pior forma de se amar. Inocente, espera sempre que os outros homens o amem da mesma maneira."

1 comentário:

Luciana Melo disse...

É um retrato da sociedade (um dentre os possíveis), de um ponto de vista equivocado ao meu ver...
Eu penso que seja a maneira mais verdadeira de amar: sendo o que se é.
A pior forma de amar é aquela em que se deixa de ser quem é, aquela que abrimos mão de quems somos para agradar padrões.
Talvez por isso Candide, Dom Quixote e tantos outros tenham sido tão mal entendidos... há sempre uma tendência a chamá-los de fracos ou estúpidos.
Eu acho que são fortes os delicados e que amam simplesmente.
Não existe amor que não busque seu correspondente, que queira que o outro o trate de forma igual.
Até o amor materno, talvez o mais abnegado, tem intenções muito claras: quer ser amado igualmente.
A abnegação não significa amor desinteressado. Acho que seja o mais interessado deles e interessado é diferente de interesseiro.