domingo, dezembro 10, 2006

Teorias amorosas (11)

- Volta pra mim!
- Não posso.
- Me perdoa!
- Você já está perdoado.
- Então volta pra mim!
- ...
- Você não me ama mais? É isso?
- Acho que ainda sobrou algum amor.
- Então por quê? Já sei, é vingança. Você quer me dar o troco, não é?
- Não, não é vingança.
- É o que, então?
- Paz, só paz.
- Eu não te entendo.
- Isso não me surpreende.
Encerra-se a série Teorias amorosas.

2 comentários:

Vítor Leal Barros disse...

esta série é composta pelos textos mais frontais e ácidos que conheço teus... é uma série que mostra uma mulher zangada com o amor e com a vida... o seu fim parece-me um bom prenúncio... faz-me crer que essa mulher voltou a fazer as pazes com a vida....

um beijo na alma

escrevo-te em breve, desculpa-me este atraso continuado... quando estivermos juntos entenderás melhor este afastamento... outro beijo minha amiga do coração

Lu disse...

Pois é, meu Vítor, esta também é a Luciana. Capaz de grandes atos altruísticos e também de uma acidez corrosiva.
A escrita comporta tudo isso, ela tem a intenção de representar toda a extensão da vida.
A tensão maior não é a zanga com o amor ou com a vida, mas a dor de se confrontar com a falta de respeito, com o jogo cênico despido de lirismo ou beleza.
As personagens destas micronarrativas precisavam cuspir todo o veneno presente no sangue, só assim não correriam o risco de morrerem intoxicadas.
Como autora não posso deixar de imprimir minhas digitais: sou uma otimista, quase um Candide...rs. Depois que xingar muito palavrão, chega novamente a hora das palavras doces.
Beijo enorme, meu querido.