sexta-feira, agosto 01, 2008

IV

o rádio toca

e a estrada em fuga
reflecte o que já sabemos:

no vapor do alcatrão

entre o negro do solo
e o azul do céu

há mortos que vivem
e vivos que se esforçam
por morrer

e nada disso importa

porque a eternidade
nasce no segundo cruel

onde a ínfima partícula da alma
se faz verdade

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