Os ponteiros do relógio tinham parado no momento presente. Era agora. Nós mesmos.
Afinal era esse o jogo dela! Desmascarar-nos, como somos, aqui e agora. Todos se agitaram, se compuseram, se adoçaram; as mãos erguiam-se, pernas mudavam de posição. Mesmo Bart, mesmo Lucy, desviavam o olhar. Todos se evitavam ou se abrigavam - excepto a Sra. Manresa que, confrontando-se no cristal, o usou como espelho; tirou o seu espelhinho; empoou o nariz; moveu um caracol, perturbado pela brisa, para o seu lugar.
«Magnífico!» exclamou o velho Bartholomew. Só ela conservava sem vergonha a sua identidade, e enfrentara-a sem um piscar de olhos. Calmamente ela avermelhou os lábios. (pág. 131)
Entre os actos (Cotovia), Virginia Woolf
Sem comentários:
Enviar um comentário