Em Outubro de 2006 lembro-me de ter visto um cartaz na rua que anunciava um concerto da Patrícia Barber no Theatro Circo, em Braga. O teatro tinha sido remodelado não havia muito tempo e anunciava já a programação consistente que hoje conhecemos. Não seria de esperar outra coisa, o trabalho do Paulo Brandão já tinha produzido efeito em Famalicão. Mas voltemos à Patrícia Barber… assim que vi o cartaz dirigi-me à Fnac e comprei dois bilhetes. Pedi à pessoa que me atendeu um envelope para oferecer de presente. No mesmo dia, depois do jantar, fui buscar o envelope e resolvi fazer uma surpresa a uma pessoa muito especial. Ainda hoje não consigo expressar o que senti depois da reacção. Talvez a expressão ‘balde de água fria’ não chegue para caracterizar o meu estado de espírito. Apercebi-me que tinha sido inconveniente, despropositado e egoísta. Falou-me da falta de senso em comprar bilhetes para aquele dia, uma vez que no fim-de-semana em questão estaria indisponível com a preparação de um compromisso que teria no inicio da semana e que, todavia, Patrícia Barber não lhe dizia grande coisa. Era um gosto meu, uma vontade minha... e que teria sido conveniente da minha parte uma consulta em relação à proposta de programa. Eu voltei a guardar os bilhetes no envelope. Pensei, do Porto a Braga demoro meia hora, mais hora e meia para o concerto e outra meia hora para o regresso. Roubar-lhe-ia cerca de duas horas e meia, no máximo três horas, durante todo o fim-de-semana! Engoli em seco e no dia previsto fui ver o concerto com um amigo a quem ofereci o outro bilhete. O que me ficou do concerto ficou descrito aqui.
Ultimamente tenho escutado vezes sem conta uma das músicas do álbum Mythologies que a Patricia Barber apresentou nesse concerto. Chama-se Pygmalion. Na altura, juntamente com ‘If I Were Blue’, foi uma das canções que mais me tocou. Entrou-me no ouvido de um modo sensitivo, como qualquer coisa que nos toca a pele muito levemente. A melodia parecia-me tão íntima e limpa que os pormenores da composição e sobretudo o poema passaram completamente despercebidos. Hoje, quando a escuto, sinto no peso de cada palavra e de cada verso a profecia que na altura não soube compreender. O amor cega… no meu caso ensurdece.
Ultimamente tenho escutado vezes sem conta uma das músicas do álbum Mythologies que a Patricia Barber apresentou nesse concerto. Chama-se Pygmalion. Na altura, juntamente com ‘If I Were Blue’, foi uma das canções que mais me tocou. Entrou-me no ouvido de um modo sensitivo, como qualquer coisa que nos toca a pele muito levemente. A melodia parecia-me tão íntima e limpa que os pormenores da composição e sobretudo o poema passaram completamente despercebidos. Hoje, quando a escuto, sinto no peso de cada palavra e de cada verso a profecia que na altura não soube compreender. O amor cega… no meu caso ensurdece.
unrequited love
is what I know of love
spellbound
I will stay
imagination may be for fools
imagination may be cruel
to be kind
at the end of the day
Pygmalion, Patricia Barber