sexta-feira, julho 14, 2006

caderno de Roma e Budapeste (1)

Parece-nos horrível a ideia da aproximação a um monumento apinhado de turistas. Na Fontana di Trevi não é assim. Parece que Salvi queria mesmo que a vida desenhada no movimento das estátuas e na contorção das águas saísse da fachada lateral do Palazzo Poli e se estendesse pela praça em anfiteatro prolongando-se no rosto de cada transeunte, na ondulação tranquila da multidão.
Quem me conhece sabe o pavor que tenho de multidões, mas imaginar a Piazza di Trevi vazia parece-me um cenário absolutamente desolador. Esta fonte só faz sentido se houver um emaranhado de corpos que lhe prolonguem a vida e a espalhem através de olhares fascinados pelas ruas avermelhadas de Roma.
Roma, 8 de Julho de 2006

2 comentários:

Lu disse...

Ah, eu consegui ver tudo! Principalmente o emaranhado de corpos. Saudades.

frosado disse...

continuação de boa viagem!