Não há motivos para desculpas. O amor entende tudo, Vítor. Ele entende quando o outro silencia, quando a orquestra desafina. O amor só não entende o desamor. Essa é uma linguagem estranha e corrosiva. E quer saber, que bom que ele não entende e nem mesmo faz força para tal.
Eu entendo de não ter vontade de escrever... até isso eu também entendo, então não te culpes, a culpa é prima-irmã do medo e este só traz pesar.
Sim, seria maravilhoso poder ter-te pela vizinhança, dar uma caminhada, ouvir sua opinião sobre tudo o que se passa, ter teus olhos ao alcance dos meus e se a palavra não resolvesse minhas angústias, certamente um abraço o faria.
As alfinetadas não cessam, o movimento é exatamente o que descreves – cíclico e interminável. Respirar requer um esforço tamanho, mas eu respiro porque a despeito de tudo, eu quero viver.
Sim, Vítor, não há sensação pior do que a da impotência. Ver quem amamos ir sumindo lentamente, até a vista não mais poder alcançá-los é desumano, é rechaçar toda a divindade que carregamos no peito. E nesses dias tenho me sentido extremamente mortal...
“Sabe lá, o que é morrer de sede em frente ao mar, sabe lá?”
Sim, é cruel não ter a exata medida do que fazer, meu amigo.
Quando eu poderia imaginar que dizer ‘eu te amo’, ao invés de trazer a pessoa para o nosso aconchego faria com que ela se esquivasse e partisse? Aí, insanamente, eu esbravejo, eu esmurro que é pra ver se existe resposta e a resposta é a mesma – a distância.
Já não faz diferença se amo ou odeio, todo o movimento afasta tudo de mim, então resolvi ficar quieta, fingir-me de morta. Quem sabe o inverno me esquece até que chegue o dia da sua partida?
Amar implica, sim, em tudo o que dissestes, meu amigo: teimosia, inconformismo, permanência. Apesar do cansaço...
Eu sou filha dos resistentes da ditadura, Vítor. E carrego no próprio nome a maldição de resistir: sou LuZ e minha sina é iluminar caminhos.
Outro beijo.
Eu entendo de não ter vontade de escrever... até isso eu também entendo, então não te culpes, a culpa é prima-irmã do medo e este só traz pesar.
Sim, seria maravilhoso poder ter-te pela vizinhança, dar uma caminhada, ouvir sua opinião sobre tudo o que se passa, ter teus olhos ao alcance dos meus e se a palavra não resolvesse minhas angústias, certamente um abraço o faria.
As alfinetadas não cessam, o movimento é exatamente o que descreves – cíclico e interminável. Respirar requer um esforço tamanho, mas eu respiro porque a despeito de tudo, eu quero viver.
Sim, Vítor, não há sensação pior do que a da impotência. Ver quem amamos ir sumindo lentamente, até a vista não mais poder alcançá-los é desumano, é rechaçar toda a divindade que carregamos no peito. E nesses dias tenho me sentido extremamente mortal...
“Sabe lá, o que é morrer de sede em frente ao mar, sabe lá?”
Sim, é cruel não ter a exata medida do que fazer, meu amigo.
Quando eu poderia imaginar que dizer ‘eu te amo’, ao invés de trazer a pessoa para o nosso aconchego faria com que ela se esquivasse e partisse? Aí, insanamente, eu esbravejo, eu esmurro que é pra ver se existe resposta e a resposta é a mesma – a distância.
Já não faz diferença se amo ou odeio, todo o movimento afasta tudo de mim, então resolvi ficar quieta, fingir-me de morta. Quem sabe o inverno me esquece até que chegue o dia da sua partida?
Amar implica, sim, em tudo o que dissestes, meu amigo: teimosia, inconformismo, permanência. Apesar do cansaço...
Eu sou filha dos resistentes da ditadura, Vítor. E carrego no próprio nome a maldição de resistir: sou LuZ e minha sina é iluminar caminhos.
Outro beijo.
3 comentários:
continua a brilhar!
ah, minha Lu. Que vontade eu tinha de que isso fosse só literatura. Tomara que seja. Mas se não for, escreve, tá?
Beijo na alma, querida.
Vítor, eu és mesmo um querido ;o)
Minha Lia, já ouviste falar que a arte imita a vida? Beijão.
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