um silêncio absurdo
inspirações arfadas
ao ritmo veloz do sangue
nenhum segredo por contar
nenhuma história por dizer
e esquecer por minutos
os músculos, a pele, o cabelo
esquecermo-nos como se
pudessemos morrer já
e olharmo-nos por dentro
do quadro negro postrados contra
as paredes da masmorra
perceber que o suor se
espalha sobre elas
e desenha o vazio nas
gotas de desejo
que caem no chão
roubar o calor do outro
pulsação por pulsação
até que seja só medo
que o último fio de luz
unindo o cérebro ao corpo
se quebre
porque a pele não mata
(já não escrevia sem levantar a caneta há mais de um ano, pensei que me tinha esquecido, mas parece que não... Budapeste, 12 de Julho de 2006)
2 comentários:
Hummmmmmmmm, arrebatador!
acho lindo teu escrever de levantar a caneta, os olhos, a alma.
Continue, sim?
Beijos na alma
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