segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Confessionário (9)

Querido, o amor é uma alquimia de sentidos... o amor nos permite reter os odores, as músicas, as cores, o detalhe, a ruga no canto do olho para mais tarde nos deliciarmos em lembranças.
O desamor tem a mesma força, não se engane. Não nos permite que envelheçamos com a beleza própria do tempo.
Escuta! Ontem eu ouvi uma canção antiga, linda e ela destampou todos os lacres e eu vivi uma orgia sentimentalóide, nostálgica, mágica e muito minha.
Se fosse uma música muito provavelmente seria taxada de brega; se fosse um poema seria ferozmente criticado como chinfrim... não me importo. Eu adoro vestir-me de chita estampada ao cultuar certas lembranças.
O que eu não gosto mesmo é da insanidade de alguns, sabe? Alguns insistem em ser história – atual, contemporânea – quando há muito repousam no baú de memória das pequenas obsolescências.

2 comentários:

Vítor Leal Barros disse...

há quem siga as modas e há quem escute o que vem de dentro e recrie um novo mundo... sabes, mozart nunca teve medo de salieri, o contrário já não se verificou

Silvia Chueire disse...

Foi bom estar por aqui.

Abraços,

Silvia Chueire