Achou que o amor era assim uma loucura amarela como os Girassóis de Van Gogh cujo centro só latejava quando o sol, a pino, fazia o miolo marrom aveludado girar. Embarcou na idéia de que o amor era essa ciranda vertiginosa do meio-dia: pernas agitadas, asfalto mole turvando a vista, suor escorrendo pelas dobras do corpo. Até seu perfume era selvagem: tinha o toque de almíscar.
Mas – quem ousara pensar – tudo aconteceu numa noite de lua branca e céu cobalto, na hora que o sol é mero fogo pálido.
No balcão da padaria, ela pediu um sonho. Antes mesmo que desse a primeira mordida seus olhos cruzaram o rosto geométrico do homem de azul. Ele tinha cheiro de madeira – talvez cedro – e movimentos lentos. Soube então, naquele instante, que o amor também tinha os tons suaves de um Matisse.
Mas – quem ousara pensar – tudo aconteceu numa noite de lua branca e céu cobalto, na hora que o sol é mero fogo pálido.
No balcão da padaria, ela pediu um sonho. Antes mesmo que desse a primeira mordida seus olhos cruzaram o rosto geométrico do homem de azul. Ele tinha cheiro de madeira – talvez cedro – e movimentos lentos. Soube então, naquele instante, que o amor também tinha os tons suaves de um Matisse.
2 comentários:
eu acho que o amor não tem tons suaves... eu acho que ele é os próprios tons suaves...
o homem de azul...
e será que os tons suaves de um Matisse conseguem personificar as ondas de um mar revolto? ou as cores de uma rocha onde encostas o teu ouvido?
ou será que não estamos a falar do mesmo homem?
se calhar não, mas eu gostava que fosse, porque era sinal que as ondas acalmaram :)
estou a pensar pedir sonhos na padaria, não sei se tem, mas pode ser que sim :)
beijinhos de todos os tons
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