Falavas-me da velhice e lembrei-me do Hesse e da ciência do envelhecer: sem esta atitude de aceitação, sem esta entrega àquilo que a natureza de nós exige, deixamos escapar o valor e o sentido dos nossos dias, sejamos nós velhos ou novos, enganamos a própria vida. Sabes, há uma escada que temos de subir, degrau a degrau, para envelhecer tranquilamente. E se necessário for, não deveremos evitar a morte de dois ou três degraus para que o caminho se complete. Antes isso do que tropeçar e carregar a dor e o remorso até ao limite da vida (se ela tiver limite). Não há coisa que me entristeça mais do que um velho amargurado. É das poucas coisas que verdadeiramente tenho pena.
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
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3 comentários:
Céus, já estava pensando a matéria para a próxima confissão. Então volto aqui e vejo você falando de algo tão vital... o exercício de aceitação da velhice e da morte requer um amadurecimento generoso... pensando sobre isso, lembrei também da amargura que alguns sentem ao não se permitir a vida, os recomeços...
Gosto muito dos "Contos Maravilhosos" do Hesse, Vítor.
Bela dupla, Lu e Vítor :)
E obsolescência é a palavra p/o séc. XXI.
Velha sim, Amargurada, não. É muito triste. Ao menos em paz, mas nem sempre se consegue! Aproveita bem o teu tempo!!!
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