Permanecer em surdina para ouvir o grito da poesia quando nasce. E sentir que o poema cresce por dentro. Sentir que cria raízes no sangue e nos músculos, sentir que vasculha cada canto do corpo e o percorre até às profundezas da alma. Uma viagem sem palavras, sempre sem palavras, apenas como se fosse um raio de luz… ou um cheiro, ou um arrepio, um tremor, um frio leve no peito… as substâncias verdadeiras do poema. E fazer um esforço, um sacrifício se preciso for, para matar todas as palavras. Assassiná-las sem dó nem piedade, para que o poema seja, para que o poema exista ausente às paisagens desfocadas dos signos e dos sinónimos. Porque o poema é o exacto inverso das palavras. Porque a poesia é o que as palavras não dizem, como se atrás dum espelho vivesse um pomar de magnólias.
segunda-feira, maio 01, 2006
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2 comentários:
Lu, claro que sim... nem se pergunta... Eu é que me pergunto quando é que decides partilhar todas essas coisas aqui no blogue, ou já te esqueceste que esta é a tua casa também... não vejo a hora de voltares!!!!
Um beijo grande
Ai, quem me dera um "pomar de magnólias"..., contento-me com o filme, do mm nome. bjs
e bom fds.
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