quinta-feira, março 30, 2006

Espasmo # 11

Após o salto, uma onda imensa engoliu-me e arrastou-me para as profundezas. Não lutei, não resisti. Num confronto direto, é preciso reconhecer quem é mais forte.
Aceitar que sou menor do que a onda – e a minha conseqüente imobilidade diante do fato – angustia-me. Durmo mal, tenho crises de choro e uma sensação de queda contínua afeta meu equilíbrio. Sinto tudo isso na calada da noite, porque quando o sol aparece, na primeira hora da manhã, sou toda serenidade.
Eu não deixaria que as mesmas águas que me purificaram um dia, e agora me tragam sem piedade, soubessem do meu desespero.

1 comentário:

Vítor Leal Barros disse...

já pensaste pedir companhia à lua... bem sei que não é o sol tranquilo da manhã... mas há qualquer coisa de mágico no seu olhar prateado, qualquer coisa que assusta a própria noite

se for segredo, não deixes que ninguém saiba, nem essas águas, nem essas águas