sábado, abril 29, 2006

De preferência sem palavras

Um verso escrito a lápis para que a tinta não mate o papel. E partir em direcção ao poema em segredo, como o mundo se constrói. Evitar marcar a página com o peso da mão, não vá o relevo trair-nos depois de apagada a mensagem. E não ter palavras. Desprezá-las como se despreza a morte, até que o poema nasça e corra livre como ensina o vento. Que a beleza desperte, sem palavras, e sempre sem palavras possa ela vincar o coração. Evitar tudo o que for acessório: sussurros, beijos, deuses, milagres e carícias. Porque a poesia mora tanto nas pedras como nos olhos dos amantes.

3 comentários:

Agripina Roxo disse...

porque a poesia mora nas tuas mãos tocadas pelo vento :)

que palavras tão bonitas Vítor, que palavras tão bonitas...

Vítor Leal Barros disse...

;)

Vítor Leal Barros disse...

n percebi :(