Nos arquivos da Sociedade Britânica de Medicina, dizia a notícia, encontrava-se, por exemplo, a descrição de um caso extremo desse envenenamento em que o corpo de um assistente de um laboratório [de fotografia] de Manchester, nos anos 30, teria, ao cabo de anos de prática profissional, absorvido tanta prata que ele próprio se tornara uma espécie de chapa fotográfica, o que se confirmava, explicava-me Aurach com o ar mais sério do mundo, pelo facto de o rosto e as mãos do assistente se mostrarem azuis sob uma luz forte, ou seja, por assim dizer, se revelarem. (pág. 158)
Os Emigrantes (Teorema), W. G. Sebald
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