sexta-feira, outubro 13, 2006

Ash to ash, dust to dust

Perdida. Eis como me encontro.
Não sei onde estão os caminhos que apontam para os recomeços.
Lanço os dados como quem inicia um novo jogo, mas por desconhecer as regras, não sabe como mover o pião. Ah, se eu pudesse, ao menos, discernir entre os pontos de partida e chegada, sentiria algum alívio, algum conforto.
Os dias são sempre iguais, ou pior, eles nunca são iguais aos que desejo. Uma estranha sensação de impotência apossasse-se de mim e tudo o que posso é transbordar meus rios subterrâneos.
Choro porque os dias são cinzentos, porque faz frio na minha alma; choro ao ler um poema, ao ouvir uma música, ao ver uma cena; choro porque colho rosas matutinas, mas não retenho em minhas mãos seu perfume; choro porque não consigo expressar o que sinto; choro de cansaço porque o cansaço é tudo o que me resta.
As palavras tornaram-se ermas. Hibernaram em busca de significados e o inverno, ah, o inverno é tão longo!
Enquanto o tempo arrasta suas horas, minha casa acumula poeira e eu me alimento de terra.

4 comentários:

Vítor Leal Barros disse...

onde caem as cinzas nasce o mais verde e fértil dos campos...é tudo uma questão de tempo e espera... contemplemos o sol, torna-se menos pesado

Lu disse...

Não vejo a hora dos campos verdes nascerem, meu querido.

Sandman of the Endless disse...

Eu também anseio por esse momento, Lu... Sabes bem que me identifico com essas suas palavras. O turbilhão que perpassa por sobre e por dentro do nosso 'eu' há de ir, por certo; mas o que me preocupa de fato, e de certo modo me inquieta, são as valas que certamente ficarão impressas em nosso ser. E me pergunto: até quando? Um afetuoso beijo pra ti...

Sandman of the Endless disse...

Incrível essa nossa junção de semelhanças... Um beijo...