Três dias para que o corpo se habituasse ao peso do sol. As costas curvadas e os braços como pêndulos soltos, roçando o chão em compassos apertados. Trazia os olhos secos como no dia em que nasceu, mas não se importava. Nunca o arrependimento teve coragem suficiente para detê-lo do que quer que fosse. Caminhava curvado, arrastando-se sobre a terra, mas caminhando. Curvado. A tesoura ainda no bolso… no coração, a imensidão do céu sobre o planalto, e no pensamento, o sonho cada vez mais próximo de rasgar definitivamente o horizonte.
sexta-feira, janeiro 27, 2006
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1 comentário:
Não há arrependimento possível em rasgar horizontes, cortar caminhos (mesmo a golpes de tesoura), secar os olhos de poeira de estrada.
Beijos, Vitor, bela prosa a tua
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